Preços pecuários consolidam recuperação do setor e valorização de genética

O bom momento que vive o mercado pecuário, com alta nas vendas registradas neste período de comercialização de primavera da pecuária gaúcha é a consolidação da elevação nas cotações que já ocorre desde o ano passado. A avaliação foi feita pelos participantes do debate sobre Mercado Pecuário, no Agropauta Web Talks, promovido pela AgroEffective, na noite desta quarta-feira, 11 de novembro. Participaram o presidente da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB), Luciano Dornelles, a presidente da Conexão Delta G, Patricia Wolf, o diretor da Trajano Silva Remates, Marcelo Silva, e o coordenador do NESPro/Ufrgs, Júlio Barcellos.

Os participantes confirmaram as elevações que vem sendo registradas na comercialização no Rio Grande do Sul. A valorização das raças europeias e sintéticas tem atraído compradores do Brasil Central em busca do trabalho de selecionadores do Sul. A apreciação de carnes de qualidade gerada por estas genéticas também tem influenciado neste cenário, inclusive com a presença de invernadores e confinadores operando no mercado gaúcho em busca destes animais.

Segundo Patricia, o momento é de revalorização do setor, que amargou com baixos valores nos últimos anos e vem desde 2019 se recompondo, fato que também é observado em outros países como Uruguai e Argentina. “Esperamos em um médio prazo manter estes números de revalorização do mercado. Não viemos de uma onda, nós viemos recuperando preços de alguns anos que a pecuária estava sofrendo de um momento complicado. Agora estamos respirando com mais calma”, destacou.

Barcellos lembrou que esta reação vem desde outubro do ano passado, quando houve o surto de Peste Suína na China, que valorizou os preços com o apetite chinês pela carne brasileira. “Estes preços se consolidaram até março quando tivemos por conta da pandemia uma retração. Rapidamente, a partir do final de maio, eles voltaram aos patamares de uma entressafra e se mantêm até hoje em um crescimento quase semanal. Quem acompanha os gráficos do NESPro podem ver esta evolução”, salientou.

Para Silva, a carne brasileira ainda está mais barata do que em outros países. Como exemplo falou do Uruguai, com o quilo em US$ 2,50 e US$ 2,80, enquanto no Brasil a venda está entre US$ 1,70 e US$ 1,80. “O mercado produtor e mercado consumidor tem que ter presente este valor de R$ 10,00 o quilo e que há uma possibilidade de uma suba até o fim do ano. Se considerarmos o mercado internacional, vendemos a nossa carne muito barata”, observou.

Já Dornelles exemplificou esta valorização a partir dos resultados parciais da Temporada de Primavera da Pecuária, inclusive com altas nas médias já registradas das raças Hereford e Braford, variando entre 52% e 89% dependendo da categoria e da raça. “Temos uma qualidade importante a ser oferecida. Por isso os produtores do Centro do Brasil estão valorizando esta genética, pois o produto final deles é valorizado pelos mercados e pelos consumidores, por isso investem em uma genética de qualidade, pois estão tendo uma remuneração melhor ao final do processo. Todos os aumentos são significativos”, ressaltou.

Confira o bate-papo completo através do link: https://www.youtube.com/watch?v=2zWVwPCtCaY&t=277s 

Foto: Divulgação
Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective

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